Desde que Renato chegou ao Grêmio a mística do futebol parece sobrepujar o bom senso. Ídolo absoluto da história do Grêmio, contra todas as tendências nosso treinador nos encaminhou da zona do rebaixamento à Libertadores numa trajetória indiscutível. Não custa, no entanto, fazer um pouquinho o trabalho racional por aqui para poupar os deuses da bola do trabalho.
Definitivamente, nossa Direção não vai nesse sentido. Depois do fracasso com Ronaldinho e da perda de Jonas, agora vende a preço de banana nosso segundo melhor volante (atrás apenas de Rockembach) para o Corinthians. Por que raios Willian Magrão foi vendido, se é muito superior a Adilson e Fernando, apesar do desempenho brilhante na seleção sub-20, ainda é uma incógnita? Quando teve sequência, Magrão foi um volante excelente: com um belo arranque, bom chute a gol e poder de marcação. Hoje seria titular.
Não dá para entender o que está acontecendo. Não precisamos abusar demais da sorte. Escalar Carlos Alberto tirando o time do eixo não parece recomendável. Gilson é uma nulidade na marcação na lateral-esquerda. No nosso contexto, e considerando que Lúcio está brilhante no meio e Carlos Alberto pouco faz, melhor é mesmo manter a equipe e testar Bruno Collaço ou quiçá Neuton, opção que acho melhor para liberar o ótimo Gabriel do outro lado, na lateral-esquerda. Paulão, o raçudo Paulão, é bom reserva, mas Mário Fernandes (estamos desperdiçando ele, com essa alternância de posições, descrédito e reserva!) e inclusive Vilson são mais seguros. Por fim, por enquanto Borges e André Lima estão bem, mas acho que com o tempo Escudero – que me lembrou ligeiramente Tevez – irá desbancar um deles. Até pouco tempo, via Borges como superior; depois, pelo momento, André Lima inverteu. Hoje Borges está melhor novamente.
Vender Willian Magrão foi nosso terceiro grande erro da temporada. Que seja o último.