A conhecida frase de Joseph Conrad é a precisa sinalização de um ponto do qual se teve absoluta consciência apenas no século XX: o perfeito encontro entre civilização e bárbarie ou, dito de outra forma, o momento em que a civilização é bárbara.
A medula do século XX que inspirou tantos filósofos e sociólogos é justamente a constatação de que o progresso técnico-industrial típico do otimismo moderno não havia encaminhado as sociedades para um estado superior, para uma boa vida, e sim para um inferno particularmente inóspito que substituía uma barbárie por outra. Essa é a consciência que ilumina em especial as obras de Adorno e Benjamin, entre outros, e que levou o último a afirmar que todo monumento de cultura é também um monumento de barbárie. Conrad sintetizou tudo isso com a expressão “O horror!”, proferida por um enviado da “civilização” que confidencia a absoluta barbárie escondida por trás das luzes.
Hoje, essa consciência ainda permanece perfeitamente atual. O progresso técnico incomparável dos últimos 50 anos não nos levou a uma sociedade onde a vida é qualificada, mas a uma espécie de barbárie high-tech, onde os chicotes foram substituídos por buzinas e as facas e pistolas por pedais de acelerador. Não são os habitantes do medievo brasileiro, aqueles que ainda não tiveram acesso à Modernidade – a vida nua nas favelas, palafitas e morros brasileiros – o retrato fidedigno da nossa barbárie. Ela se expressa antes em carros blindados e bem polidos, na selvageria do desfile barulhento e nauseante da fumaça, da borracha, da buzina e do motor.
Nada poderia testemunhar essa barbárie com mais veemência do que o atropelamento dos ciclistas da Massa Crítica em Porto Alegre. Independentemente das circunstâncias particulares, o evento apresenta uma imagem que é a própria expressão da barbárie cotidiana em que vivemos: a Massa Crítica é atropelada por um veículo. As imagens do cotidiano às vezes falam mais do que qualquer argumento.
A Massa Crítica, um coletivo horizontal e anarquista com o certeiro lema “pedalando por um mundo mais respirável” é violentamente agredida por um ser simbiótico (homem/carro) intoxicado pela dinâmica urbana regida pelo imperativo da pressa, paranóia e guerra de todos contra todos, não é a própria expressão do fascismo reagindo contra a diferença? O ódio violento, a vontade desesperada de erradicar qualquer dissonância e singularidade que arranhe a Totalidade materializada no trânsito não é o gesto mais comum e infelizmente repetido do fascismo cotidiano ainda não destruído? O constrangimento com que se noticia e as instituições respondem – inclusive chamando o fato de “acidente” – não é uma mea culpa constrangida por tratarem toda manifestação política como uma “interrupção do fluxo de automóveis”? Nada, afinal, deveria interromper o fluxo de automóveis, hoje a imagem sinistra e doentia da própria Totalidade.
Primeiro lugar: o motorista deve ser preso, e logo. Segundo: Moysés, mas eles não estavam errados em terem fechado toda a rua? Aas leis de trânsito não dizem para o ciclista circular pela extrema direita da faixa? Não que isso justifique o erro, mas como eles afirmaram não se tratar de uma passeata, imagino que eles consideravam aquilo normal, o que não é. E não acredito que a ‘raiz do mal’ seja o carro, os motoristas que viram assassinos com o ‘poder’. Há desrespeito de ambos os lados, e esse grupo, como tantos outros que se julgam melhor que toda a sociedade, sempre agiu com agressividade contra quem usa carros (se quiseres, só dar uma passada na sessão de comentários do site) Enfim, ambos estão errados, mas o erro dos ciclistas, que pensam mandar na cidade, não justifica o do assassino, que deve ser preso. Provavelmente tu vais ignorar o que eu disse, mas é o que eu penso, fazer o que, ainda não fui iluminado como o restante dos ciclistas.
Que LEI, Cláudio? Que lei? A lei que permite que se pratique um genocídio justificado. A Lei que faz com que o motorista seja preso? Pra quê? Para pensar numa “cadeirinha” que o que ele fez não é certo e que o papai (Estado/sociedade) está muito bravo com ele! Ah! Por favor, os ciclistam NÃO ESTÃO ERRADOS!
E é isso que precisa ser dito…mascarar a realidade com um pensamento reaça é dizer que “o cara fez bem…pena que não matou todos”. O complexo de inferioridade nesse tipo de pensamento dizendo que o grupo se julga melhor já demonstra aquilo que o Moysés, brilhantemente disse: “O horror” .
Claudio: me parece que a ideia desse movimento de ciclistas seja justamente essa. CHAMAR os holofotes para a questao do desrespeito com os ciclistas e a falta de apoio aos meios alternativos de transportes.
Quando um carro passa por cima de um ciclista (figurativamente) isso geralmente nao vai tratado como a questao de transito que realmente representa.
O que eles fizeram foi o inverso: colocaram-se em posicao de “predominio” e os motoristas se sentiram em minoria. Um deles, utilizando os varios niveis de poder no post descritos – e especialmente o poder FISICO – resolveu “reagir”.
E, me desculpe: os ciclistas nao possuem nem COMO pensar que “mandam” na cidade. Quando eles resolvem tentar algo proximo da UNHA disso, vimos o que ocorreu.
Gabriel Divan, acho melhor tu leres o site do movimento (massacriticapoa.wordpress.com) leia desde os posts mais antigos até os comentários nas atuais notícias, você vai se dar conta do que eu estou falando, por exemplo, olhe o trecho de um post no blog: “O que precisa ser feito sim é instalar dispositivos que obriguem os motoristas a reduzir a velocidade e desincentivem as pessoas a sair de casa de carro em primeiro lugar – como lombadas, sonorizadores, fiscalização eletrônica, paralelepípedos ao invés de asfalto, penalidades mais severas” Isso, piorem a condição das ruas para as pessoas aderirem a bicicleta, grande ideia. Em muitos comentários, estão dizendo que, se quisermos, podemos jogar futebol no meio das vias, que os carros terão de esperar. O movimento massa crítica poa (e NÃO todos os ciclistas, pois sou ciclista e não quero ser ligado a fanáticos como esses) é um movimento infantil e agressivo, se tu leres o que escrevem os ‘comandantes’ do movimento, como o Marcelo e o Helton, vai entender o que eu estou querendo dizer. Se vai ficar com achismos, bom, pode me xingar, mas não me importo.
Eles realmente se julgam melhor que o resto da sociedade, acesse o site deles e veja com os próprios olhos, se acham a salvação da humanidade (mais ou menos o PT de alguns anos atrás) radicalismo total E não, não é um pensamento reaça, pena que teu nível de argumentação só chegue a isso, pena mesmo, só estou comentando o fato de que ciclistas estão errados, O QUE NÃO JUSTIFICA, DE FORMA ALGUMA, O ATROPELAMENTO (escrevendo em caixa alta, pois tu pareces ter perguiça de ler e entender o que outras pessoas escrevem, acusando-me de coisas que não disse). E se as leis não valem nada, mudem-se as leis, não vamos sair queimando tudo como loucos, desrespeitando a lei, já que fomos desrespeitados.
Mais uma frase de um dos ‘cabeças’ do movimento (não digo organizadores, pois é um movimento horizontal, mas ele faz muitos posts no site)
“Marcel: Sem contar que é necessário restringir (reprimir) a circulação de veículos, pois o carro em si é um instrumento de repressão ao pedestre, podendo ser inclusive usado como arma. Um simples carro faz com que uma pessoa (motorista) possa impor sua vontade sobre os outros (pedestres), fazendo até com que o motorista se sinta todo-poderoso – todos sabemos como as pessoas ficam mais belicosas e agressivas no trânsito, exatamente como no desenho do Pateta.
Mas eu adoraria que acabassem com todas mão-únicas e conversões proibidas para os carros, seria ótimo pois isso aceleraria o colapso do atual sistema de trânsito. 🙂 ”
Se isso não é ser radical, infantil e anti-democrático, não sei de mais nada, me desculpem por ainda não ter sido iluminado.
Nao me parece que na sexta-feira os ciclistas atropelados estivessem requisitando a rua para “jogar taco-bola” (bons tempos aqueles, alias) e “obrigando” os motiristas a esperarem.
O que ocorreu foi uma manifestacao (e manifestacoes, obviamente, geram algum ou alguns transtornos) e vivemos numa democracia.
Nao sei tambem se todos os integrantes do passeio gostariam do “colapso” ou algo do tipo. Acho sinceramente que a maioria estava apenas exibindo/protestando por um mundo onde se ande mais de bicicleta (ou se tenha meios para andar).
Nao sei o que tu quer dizer com “ser” ou “nao ser” iluimado. Desculpe a mim que nao entendi o lance.
PS: nao, nao vou te xingar. Estamos DEBATENDO francamente uma questao importante e apenas isso.
Se eu resolvesse te xingar eu agiria como um imbecil que acha que pode resolver seus problemas simplesmente “atropelando” e tentando ferir pessoas.
Estou falando do pensamento dos ciclistas, não que eles estivessem jogando bola no meio da via, mas a linha de pensamento deles é essa, só ler.
é que, Gabriel, eles, pelo que leio lá, não querem ciclovias nem nada, querem andar junto com os carros, e isso, por mais que possa parecer legal etc, é muito perigoso, principalmente para os ciclistas, não acha? Ainda mais que, como podemos ver nos vídeos, poucas pessoas andam com os equipamentos de proteção, que o movimento deveria falar e recomendar sobre, para a segurança dos próprios ciclistas.
Grande texto, Moisés, a respeito de um incidente triste e lamentável. Acho que a simbologia está bem identificada, visto que este evento, que seguramente não é isolado, a tornou concreta e especialmente nua.
Cláudio, eu não tenho dúvida que, sob um certo enfoque, eles são melhores que muitos da “sociedade” e, talvez seja por isso, também, que foram brutalmente atropelados. Podes ficar tranquilo pois não tenho preguiça de ler os argumentos alheios (talvez tenha mais preguiça de explicar os meus)…nem fico admirada que tua resposta ao meu comentário seja desse “alto” nível…tudo é justificável numa democracia. Prefiro sim os que saem por aí protestando do que aqueles que esbarram em argumentos “confortavelmente” legalistas. Em nome da lei muitos seres humanos já foram exterminados. Mas talvez isso também seja um argumento radicalista sob teu olhar. Por fim, em nenhum momento eu disse que teu comentário foi reacionário…pena que tomaste o adjetivo para ele.
O que o Moysés escreveu é maravilhoso e não merece mágoas pessoais…
Caro Claudio
Entendo tua posição, mas não nutro a mesma antipatia por movimentos radicais e tampouco desprezo aqueles que têm o desejo de mudar a sociedade. Há um certo consenso anódino que vê com maus olhos todos aqueles que se posicionam frontal e veementemente contra o nosso modo de vida, mais ou menos na linha que hoje o Pondé propõe nos seus artigos. Definitivamente, me oponho a esse cinismo nivelador. Creio que vivemos sob a égide, sim, de uma “vida danificada”, ainda que isso não signifique que não possam existir lampejos de felicidade mesmo no nosso mundo. Entretanto, podemos mais, e apoiarei todos aqueles que procurarem esse mais, tal como a Massa Crítica.
Eu apoio radicalmente críticas radicais à cultura da mobilidade carrocêntrica.
Acho esse um ponto interessante: radical, por definição, é o que vai à raiz. Nossa alergia ao radicalismo é também a condenação do próprio pensamento a não ser mais do que um exercício insosso. Penso que o artigo do Prof. Ricardo Timm nesse livro trata definitivamente da questão a partir da “crítica da razão ardilosa”: http://www.pucrs.br/edipucrs/Crimin.eSist.Jurid.PenaisContemp.II.pdf
Excelente lembrança do texto do Prof. Ricardo Timm e belo post. Impressiona que o atropelamento covarde tente ser justificado por uma “lei”. Martelar este argumento é um elogio ao ‘status quo’ e um distanciamento completo do ‘outro’.
Ninguém está tentando justificar, só reclamei da intolerância e infantilidade do movimento, sequer faz sentido falar sobre o motorista que atropelou as pessoas, é algo tão óbvio o que deve acontecer, não precisa ser discutido. Mas enfim, parece que, infelizmente, o grupo é perfeito e não deve ser criticado.
A crítica é livre a qualquer movimento, só não me pareceu convincente.
Moysés, leu os links que eu mandei? Acho que tu vai entender meu ponto de vista lendo tudo que escrevi aqui na página.
Li.
A crítica deve ser feita e ninguém aqui se considera imune a ela, Cláudio. No entanto, defender um ponto de vista é aquilo que nos constitui como democracia.
Humildemente, reforço o convite do Moysés à leitura do texto do Prof. Timm sobre a razão ardilosa. Creio que qualquer argumento no sentido de atacar o grupo manifestante é uma forma velada de esconder a absurda covardia do ato. A desproporcionalidade latente foi muito bem analisada no post acima…
Mas nós realmente precisamos discutir o que o motorista fez? Não está claro ao ponto de ser tão ÓBVIO não necessitar de debate? “Creio que qualquer argumento no sentido de atacar o grupo manifestante é uma forma velada de esconder a absurda covardia do ato.” Ok então, estou a favor de débeis mentais que atropelam pessoas, obrigado por avisar. Minha crítica ao movimento, que inclusive fiz no site do mesmo, com muitas pessoas do próprio movimento concordando com argumentos meus, foi ao radicalismo e a infantilidade com que eles atacam quem discorda deles, como você, Gustavo Ávila, acabou de fazer comigo, ao dizer que ‘qualquer argumento no sentido de atacar o grupo manifestante é uma forma velada de esconder a absurda covardia do ato’. Sinceramente, você concorda com esse frase de um dos ativistas do movimento? “O que precisa ser feito sim é instalar dispositivos que obriguem os motoristas a reduzir a velocidade e desincentivem as pessoas a sair de casa de carro em primeiro lugar – como lombadas, sonorizadores, fiscalização eletrônica, paralelepípedos ao invés de asfalto, penalidades mais severas” Ideias assim são totalmente dispensáveis e só servem para aumentar o ódio do motorista ao ciclista. Além do mais, ideias assim, além de já serem, no mínimo, bizarras, dão margem para outras ideias tão ruins quanto, como: “Ei, tem muito carro na cidade, taxinhas para furar os pneus dos mesmos para incentivar o uso de bicicletas”. Ou ideias que nada tem a ver com a bicicleta, mas que tomam um tom preconceituoso partindo da mesma linha de pensamento, como: “Ei, não gosto da classe baixa vindo ao shopping, vamos dificultar a saída deles do local onde moram, propondo paralelepípedos ao invés de asfalto naquela região .” Outra coisa que me irrita no movimento, e não sei como não irrita a vocês, é o fato de eles culparem de todo o caos no trânsito apenas os motoristas e a ‘máquina do demônio capitalista’, o carro. Eu sequer tenho um carro, me locomovo, principalmente, a pé e de ônibus pela cidade, e posso dizer com conhecimento: a culpa, ao contrário do que se quer imaginar, não é apenas do motorista, mas sim de pedestres que ignoram sinaleiras, ciclistas que ignoram regras a serem cumpridas ao andarem em calçadas entre tantos outros erros primários, como passar na faixa de segurança quando o sinal está fechado, por acharem que a faixa vale mais do que sinal, o que não é verdade. Se recusam a propor soluções, como por exemplo, a lutar por ciclovias (ciclovias, não ciclofaixas) na cidade, pois nem todos os usuários de bicicleta podem andar sozinhos entre carros, seria muito mais seguro para todos terem uma via própria. Enfim, acho que o Moysés não lerá isso aqui, pois está muito extenso, mas precisava explicar o por quê de eu pensar o que eu penso, por viver nesse meio e saber de todos os erros que acontecem, de todas as partes, esse discurso de “estamos sempre certos, vocês estão sempre errados”, não levará a nada, apenas a um crescente ódio entre ambas as partes. Moysés, gostaria de saber no que você discorda dos meus argumentos, obrigado.
Cláudio, o problema é a falsa simetria: ciclistas e motoristas não estão em pé de igualdade nessa luta. Há um que domina e outra que é marginalizado. Isso se dá não só pela potência da máquina, mas também pela própria cultura em que vivemos. Por essa razão, entendo que certas manifestações mais veementes não podem ser tomadas ao pé da letra, e comparar uma coisa com a outra (ou, digamos assim, comparar a preponderância absoluta dos carros no trânsito com as ideias mais fortes de alguns ciclistas) me parece inadequado.
A “grande ideia” em questao nao eh pra estimular o uso de bicicleta – mas para garantir cidades mais pedestres. Foi executada na Dinamarca a partir de 1967. E, pelo visto, deu certo. No Brasil o Rio de Janeiro acaba de se tornar a cidade com mais Z-30s (zonas de velocidade maxima 30km/h) no planeta…
Use menos carro, e passe a andar mais – a pe mesmo. Se voce nao entender do que estamos falando, eh um caso sem salvacao.
“Andar junto dos carros” nao so nao eh perigoso, como eh padrao preferencial em diversos sistemas cicloviarios no mundo, e eh claramente previsto no Codigo de Transito Brasileiro – que garante ainda preferencia para as bicicletas em todas as situacoes. Claro, para isso ha alguns algorritmos a serem seguidos: o compartilhamento de vias eh mais indicado onde ha ate 40km/h de velocidade maxima; acima disso, eh recomendada faixa; so acima dos 60km/h deve-se fazer ciclovia segregada. Porque a presenca de bicicletas junto as carros nao apenas nao eh perigosa em si, como reduz o risco para todos – inclusive para o motorista que tende a ficar mais atento e a usar menos aceleracao sempre que ha mais bicicletas ao redor.
No limite, ruas podem ser compartilhadas entre carros e pedestres. Diversos Centros Historicos no mundo fazem isso. No Brasil cito Santa Tereza, no Rio de Janeiro, o Largo Dois de Julho e o Santo Antonio Alem do Carmo, em Salvador.
Desculpe, Claudio, mas seu analfabetismo urbano eh galopante!
Agora o Lucas Jerzy Portela me chama de analfabeto urbano, lindo. Não adianta escrever nada aqui, só recebo frases prontas ou xingamentos do nível “reacionário malvado”. O cidadão nem se prestou a ler que não tenho carro e me locomovo, preferencialmente, de ônibus ou a pé. E Lucas, tu descontextualizou o que eu escrevi, não era contra a diminuição da velocidade, mas, como comentei, contra colocar paralelepípedos no local de asfalto, como ele falou. Enfim, é difícil dialogar com radicais que não querem entender o que tu quer dizer, falar com o Moysés e o Gabriel estava bom, pois eles respeitam, não partem para agressões infundadas. Obrigado pelo espaço, Moysés.
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Intolerância e radicalismo como os teus comentários no twitter só espalham mais intolerância e radicalismo, parabéns por ‘construir um mundo melhor’. A Massa não é o único grupo de ciclistas de PoA, mas tu provavelmente não deve saber. Há outras mais organizados e mais tolerantes, sem ter que xingar e usar palavras de ordem para impressionar alunos do ensino médio, movimentos que, infelizmente, por ainda serem pequenos, não conseguiram montar um programa para a melhoria do trânsito junto com as bicicletas em poa, mas que tem IDEIAS CONCRETAS, como a construicao de ciclovias, incentivos por parte da prefeitura e de empresas privadas. Se teu cérebro só consegue enxergar radicalismos, quem perde é a cidade. Mas pode continuar ai, se revoltando contra a burguesia, e xingando quem usa carros, vais ajudar muito.
Fazendo uma ligação com teu post anterior, Moysés, esta questão do uso dos automóveis e sua substituição por outros meios de transporte, embora seja absolutamente necessária e urgente a discussão do modelo, não é mais um exemplo de um problema eminentemente estrutural que não deveria ser tratado, apenas, com apelos morais?
Mas que cara mais chato esse Cláudio.
Certo que ele é o Carlos de um ou dois posts atrás, o troll.
Resolveu se educar.
Vejam, Gabriel e Moysés: ele gostou de vocês. Hmmmmm
ahahah
Zé Mourinho, peace and love guy.
MMs, em relação ao uso de automóveis o argumento se aplica. Mas aqui, em se tratando do fato-atropelamento, creio que a avaliação moral se impõe.
Resumindo: tentei argumentar para um monte de pessoas preconceituosas e homofóbicas, como o José Mourinho, que nao aceita que homens podem gostar de homens. Enfim, vocês estão sempre certos, parabéns.
Tá, gente, isso já tá ficando cansativo.
Desculpa, Moysés. Ao menos estou utilizando meu nome e meu email verdadeiro aqui, ao contrário do Mariano, que está atacando diversos blogs, como o do Fabs, xingando todo mundo com nomês falsos, como “José Mourinho”, “Peter Pan” etc.
Primeiramente, Moysés, achei teu texto excelente – adorei a alegoria da barbárie atual -, e não tenho muito a acrescentar ao que disseste…
Li todos os comentários também. Ao sr. Claudio digo que foi útil porque não raro sou uma pedestre distraída que atrapalha o trânsito, xingada por amigos que disseram ser forte candidata a tornar-se borboleta pintada no asfalto (triste =/) e já ouvi que só não fui atropelada porque sou menina.
Sinto muito mas todos somos falíveis, o movimento massa crítica e seus membros também. Não concordo com o repúdio à infantilidade porque a criatividade infantil permite repensar o mundo. E pode-se ir longe com as palavras, as críticas podem ir longe, inclusive devem. A partir disso se conversa e trocam-se ideias para algo pragmaticamente significativo. É necessário ao menos um pouco de imaginação para não acreditar na imutabilidade das coisas.
Se me acharem radical, sem noção ou fora da casinha tudo bem, é afinal de contas incontrolável o que vão interpretar de nós e como vão nos considerar. A cultura do carro merece reflexão aprofundada sim; talvez não achem isso os donos das empresas automobilísticas. Não vou fazer isso aqui porque nem posso nem devo.
Contudo, me atrevo a dizer sem pudor que a proposta de paralelepípedos serve para pensar: olhemos ao redor para ver o quanto de asfalto cobre o mundo e impede a terra de respirar. Quem se preocupa com a respiração da terra, afinal de contas?quem se preocupa com a própria vida e se preocupa com a vida dos outros. E de pouco se importar com a vida dos outros e mais com o próprio ego (sequer falo com a própria vida, é com o egoísmo mesmo) que se alastra o desrespeito e a barbárie.
Analfabetismo urbano eh um termo cunhado ha 2 decadas pelo urbanista Candido Malta Campos Filho. Nao eh xingament: eh uma constatacao de que brasileiros em geral nao sabem ler cidades porque nao foram ensinados a tal. Voce apenas eh um bom exemplo disso: acha que uma cidade menos pedestre eh melhor. eh como preferir agua nao-potavel.
substituir piso regular (asfalto, concreto, etc.) por irregular (tijolo retravado) eh dos principais meios de reduzir velocidade de automoveis e ampliar a area compartilhada pedestre. Novamente, procure se informar sobre a Reforma do Largo Dois de Julho, em Salvador, que usou este metodo criando belos mosaicos: hoje eh uma area bem viva, inclusive com uma boemia re-consolidada.
I am The Special One.
Who’s Peter Pan?
Who’s Mariano?
Clarissa is writing correctly!
Luv u all